Oi pessoal!
Hoje venho com um assunto um pouco polêmico, será que
devemos falar sobre sexualidade para nossos filhos e de que forma a escola deve
abordar. Acompanhe o blog e tire suas dúvidas.
Para a sociedade o assunto ainda é um tabu, pois falar de sexualidade
logo se pensa apenas em sexo. E para compreender de fato, vamos a seguinte
questão o que é sexualidade? De acordo com a organização mundial da saúde "A
sexualidade faz parte da personalidade de cada um, é uma necessidade básica e
um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida.
Sexualidade não é sinônimo de coito (relação sexual) e não se limita à
ocorrência ou não de orgasmo. Sexualidade é muito mais que isso, é a energia
que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de
sentir, nos movimentos das pessoas, e como estas tocam e são tocadas. A
sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, portanto,
a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde
sexual também deveria ser considerada um direito humano básico." (WHO
TECHNICAL REPORTS SERIES, 1975).
Para complementar nosso pensamento sobre sexualidade, quero
citar uma reportagem que o site UOL publicou. “… o livro ‘A Culpa é das
Estrelas’, de John Green, foi proibido em escolas públicas em Riverside, na
Califórnia, por falar de morte e sexo. A proposta de proibição veio de uma mãe,
Karen Krueger, que convenceu uma comissão de professores, pais, diretor e
bibliotecários a retirar as cópias dos livros das bibliotecas do distrito. ‘Eu
não acho que o conteúdo seja apropriado para crianças de 11, 12, 13 anos de
idade’, disse ela. ” (Fonte: UOL)
O livro “A culpa é das
estrelas“, do autor norte-americano John Green, conta de maneira sensível a
história de um casal de adolescentes diagnosticados com câncer. Recentemente
adaptado para o cinema, o livro trata de sexo e morte, dois temas tabu na
nossa sociedade. A protagonista tem uma vida amorosa (e sexual) ao mesmo tempo
em que lida com a doença. Não é o caso de avaliar se essa história é a melhor
para abordar essas questões, mas quero discutir a postura protetora, que, nega
ao jovem a oportunidade para o diálogo e a aprendizagem sobre questões ligados
à vida.
O que queremos, fechar os olhos das crianças e jovens, para
que não conheçam essa tal realidade? E acreditar que desta forma estaremos
protegendo para que não iniciem a vida sexual precocemente? Acreditem, estão errados!
As pesquisam mostram que os adolescentes estão começando a vida sexual em torno
dos 13 anos de idade, isso ainda escondido dos pais. A falta de conversa sobre
esse assunto faz com que mais cedo busquem meios para descobrirem.
Pensando nisso é necessário sim, começarmos a explicar para
as crianças as diferenças, a importância de uma higiene adequada e a permitir
que a criança conheça seu corpo. Tudo isso é fundamental para o
desenvolvimento, desta forma a criança não vê o assunto proibido (por que não é),
não é errado a criança saber que o menino tem pênis e a menina vulva, a maioria
da população apelidam com medo e ainda fortalecem o pensamento errado sobre sexualidade,
a criança precisa entender o seu corpo e assim nós adultos devemos sim
responder as dúvidas de forma clara, objetiva e sempre com a verdade.
O início de uma vida sexual vai depender da educação sexual
que tiveram, isto é, dos valores, da capacidade de tomar decisões e lidar com
os desejos, da aprendizagem sobre prevenção, da sua autoestima, tudo isso irá
influenciar. Geralmente ouvimos pessoas falarem “eles não estão preparados para
saber”, realmente isso é verdade, nunca estamos preparados, mas quando há dúvida
e o interesse, devemos sanar para que possa obter conhecimento, afinal é esse
nosso papel educador. E assim devemos tranquilizar os pais para que juntos
tenham esse compromisso de orientar da melhor forma as crianças, adolescentes e
jovens.
De acordo com Freud e
outros psicanalistas, temos o desenvolvimento psicossexual, segue a baixo as
fases e o que ocorre nesse período.
I – A fase oral (0 – 1
ano)
Estende-se desde o
nascimento até aproximadamente um ano de vida. Nessa fase a criança vivencia
prazer e dor através da satisfação (ou frustação) de pulsões orais, ou seja,
pela boca. Essa satisfação se dá independente da satisfação da fome. Assim,
para a criança sugar, mastigar, comer, morder, cuspir etc. têm uma função
ligada ao prazer, além de servirem à alimentação. Ao ser confrontada com
frustrações a criança é obrigada a desenvolver mecanismos para lidar com tais
frustrações. Esses mecanismos são a base da futura personalidade da pessoa. O
principal processo na fase oral é a criação da ligação entre mãe e filho. A
pulsão básica é fome e a sede. A fixação nessa fase causa a depressão e/ou a
dependência dos outros. Ela é entendida como patológica quando a pessoa for
excessivamente dependente de hábitos orais para aliviar a ansiedade. É nessa
fase que o ego se forma.
II – A fase anal (1 – 3
anos)
Vai aproximadamente do
primeiro ao terceiro ano de vida (alguns autores falam que vai até o quarto ano
de vida). Nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao ânus, ao controle da
tensão intestinal. A criança tem de aprender a controlar sua defecação e, dessa
forma, deve aprender a lidar com a frustração do desejo de satisfazer suas
necessidades imediatamente. Assim como na fase oral, os mecanismos
desenvolvidos nesta fase influenciam o desenvolvimento da personalidade. Tem a
percepção e controle dos esfíncteres (músculos que liberam xixi e cocô). É uma
fase de interiorização de normas sociais.
Vai dos três aos cinco
anos de vida e se caracteriza, segundo Freud, pela importância da presença (ou,
nas meninas, da ausência) do falo ou pênis; nessa fase o prazer e o desprazer
estão centrados na região genital. A criança luta pela intimidade que os pais
compartilham entre si, assim os pais se tornam ameaça parcial à satisfação das
necessidades. A criança quer e teme os pais. As dificuldades dessa fase estão
ligadas ao direcionamento da pulsão sexual ou libidinosa ao genitor do sexo
oposto e aos problemas resultantes. A resolução desse conflito está relacionada
ao complexo de Édipo e à identificação com o genitor de mesmo sexo. O complexo
de Édipo representa um importante passo na formação do superego e na socialização
dos meninos, uma vez que o menino aprende a seguir os valores dos pais. Essa
solução de compromisso permite que tanto o Ego (através da diminuição do medo)
quanto o Id sejam parcialmente satisfeitos. O conflito vivenciado pelas meninas
é parecido, porém, menos intenso. A menina deseja o próprio pai, em parte
devido à inveja que sente por não ter um pênis – ela sente-se castrada e dá a
culpa à própria mãe. Por outro lado, a mãe representa uma ameaça menos séria,
uma vez que uma castração não é possível. Devido a essa situação diferente, a
identificação da menina com a própria mãe é menos forte do que a do menino com
seu pai e, por isso, as meninas teriam uma consciência menos desenvolvida.
Destaco que Freud usou o termo “complexo de Édipo” para ambos os sexos; autores
posteriores limitaram o uso da expressão aos meninos, reservando para as
meninas o termo “complexo de Electra”.
IV – O período de latência
(5 – puberdade)
Vai dos 5 anos até o
início da puberdade (não tem como dar uma idade certa para esse fim). É uma
fase mais tranquila que se estende até a puberdade. Nessa fase as fantasias e
impulsos sexuais são reprimidos, tornando-se secundários, e o desenvolvimento
cognitivo e a assimilação de valores e normas sociais se tornam a atividade principal
da criança, continuando o desenvolvimento do ego e do superego. Os desejos
sexuais não resolvidos e não são atendidos pelo ego serão cobrados
posteriormente. É a fase de desenvolvimento de amizades e laços sociais.
V- A fase genital
(puberdade)
É a última fase do
desenvolvimento psicossocial e ocorre, não por acaso, durante a adolescência.
Nessa fase as pulsões sexuais, depois da longa fase de latência e acompanhando
as mudanças corporais, despertam-se novamente, mas desta vez se dirigem a uma
pessoa, geralmente, do sexo oposto. Há um retorno da energia libidinal aos
órgãos sexuais. A escolha do parceiro não se dá independente dos processos de
desenvolvimento anteriores (as fases anteriores influenciam em nossas escolhas
até o final de nossa vida). Os conflitos internos típicos das fases anteriores
atingem aqui uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura do
ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta.
É importante e fundamental
a compreensão das fases, pois as crianças desenvolvem a partir de estímulos e
devemos ter a sensibilidade de lidar com elas.
Geralmente na educação
infantil, surgem alguns questionamentos entre as crianças, principalmente a
origem dos bebês. É necessário que seja respondido apenas o que é perguntado,
nada de estender o assunto (não é necessário, mesmo!).
Esse é um assunto que
contém paradigmas que a sociedade inibe para evitar “consequências” que
acreditam que virão sofrer, porém como educadores sabemos o quanto é importante
abordarmos esse assunto, mas devemos ter cautela, pois há um pré-conceito e
assim pode ter famílias que não irão aceitar a colocação desse tema.
Espero que tenham gostado
do post,
Beijinhos*
Adorei!
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