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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Sexualidade: Quando é o momento certo para falar?

Oi pessoal!

Hoje venho com um assunto um pouco polêmico, será que devemos falar sobre sexualidade para nossos filhos e de que forma a escola deve abordar. Acompanhe o blog e tire suas dúvidas.

Para a sociedade o assunto ainda é um tabu, pois falar de sexualidade logo se pensa apenas em sexo. E para compreender de fato, vamos a seguinte questão o que é sexualidade? De acordo com a organização mundial da saúde "A sexualidade faz parte da personalidade de cada um, é uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. Sexualidade não é sinônimo de coito (relação sexual) e não se limita à ocorrência ou não de orgasmo. Sexualidade é muito mais que isso, é a energia que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas, e como estas tocam e são tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, portanto, a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também deveria ser considerada um direito humano básico." (WHO TECHNICAL REPORTS SERIES, 1975).

Para complementar nosso pensamento sobre sexualidade, quero citar uma reportagem que o site UOL publicou. “… o livro ‘A Culpa é das Estrelas’, de John Green, foi proibido em escolas públicas em Riverside, na Califórnia, por falar de morte e sexo. A proposta de proibição veio de uma mãe, Karen Krueger, que convenceu uma comissão de professores, pais, diretor e bibliotecários a retirar as cópias dos livros das bibliotecas do distrito. ‘Eu não acho que o conteúdo seja apropriado para crianças de 11, 12, 13 anos de idade’, disse ela. ” (Fonte: UOL)

O livro “A culpa é das estrelas“, do autor norte-americano John Green, conta de maneira sensível a história de um casal de adolescentes diagnosticados com câncer. Recentemente adaptado para o cinema, o livro trata de sexo e morte, dois temas tabu na nossa sociedade. A protagonista tem uma vida amorosa (e sexual) ao mesmo tempo em que lida com a doença. Não é o caso de avaliar se essa história é a melhor para abordar essas questões, mas quero discutir a postura protetora, que, nega ao jovem a oportunidade para o diálogo e a aprendizagem sobre questões ligados à vida.

O que queremos, fechar os olhos das crianças e jovens, para que não conheçam essa tal realidade? E acreditar que desta forma estaremos protegendo para que não iniciem a vida sexual precocemente? Acreditem, estão errados! 

As pesquisam mostram que os adolescentes estão começando a vida sexual em torno dos 13 anos de idade, isso ainda escondido dos pais. A falta de conversa sobre esse assunto faz com que mais cedo busquem meios para descobrirem.
Pensando nisso é necessário sim, começarmos a explicar para as crianças as diferenças, a importância de uma higiene adequada e a permitir que a criança conheça seu corpo. Tudo isso é fundamental para o desenvolvimento, desta forma a criança não vê o assunto proibido (por que não é), não é errado a criança saber que o menino tem pênis e a menina vulva, a maioria da população apelidam com medo e ainda fortalecem o pensamento errado sobre sexualidade, a criança precisa entender o seu corpo e assim nós adultos devemos sim responder as dúvidas de forma clara, objetiva e sempre com a verdade.

O início de uma vida sexual vai depender da educação sexual que tiveram, isto é, dos valores, da capacidade de tomar decisões e lidar com os desejos, da aprendizagem sobre prevenção, da sua autoestima, tudo isso irá influenciar. Geralmente ouvimos pessoas falarem “eles não estão preparados para saber”, realmente isso é verdade, nunca estamos preparados, mas quando há dúvida e o interesse, devemos sanar para que possa obter conhecimento, afinal é esse nosso papel educador. E assim devemos tranquilizar os pais para que juntos tenham esse compromisso de orientar da melhor forma as crianças, adolescentes e jovens.

De acordo com Freud e outros psicanalistas, temos o desenvolvimento psicossexual, segue a baixo as fases e o que ocorre nesse período.

I – A fase oral (0 – 1 ano)

Estende-se desde o nascimento até aproximadamente um ano de vida. Nessa fase a criança vivencia prazer e dor através da satisfação (ou frustação) de pulsões orais, ou seja, pela boca. Essa satisfação se dá independente da satisfação da fome. Assim, para a criança sugar, mastigar, comer, morder, cuspir etc. têm uma função ligada ao prazer, além de servirem à alimentação. Ao ser confrontada com frustrações a criança é obrigada a desenvolver mecanismos para lidar com tais frustrações. Esses mecanismos são a base da futura personalidade da pessoa. O principal processo na fase oral é a criação da ligação entre mãe e filho. A pulsão básica é fome e a sede. A fixação nessa fase causa a depressão e/ou a dependência dos outros. Ela é entendida como patológica quando a pessoa for excessivamente dependente de hábitos orais para aliviar a ansiedade. É nessa fase que o ego se forma.

II – A fase anal (1 – 3 anos)

Vai aproximadamente do primeiro ao terceiro ano de vida (alguns autores falam que vai até o quarto ano de vida). Nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao ânus, ao controle da tensão intestinal. A criança tem de aprender a controlar sua defecação e, dessa forma, deve aprender a lidar com a frustração do desejo de satisfazer suas necessidades imediatamente. Assim como na fase oral, os mecanismos desenvolvidos nesta fase influenciam o desenvolvimento da personalidade. Tem a percepção e controle dos esfíncteres (músculos que liberam xixi e cocô). É uma fase de interiorização de normas sociais.

 III – A fase fálica (3 – 5 anos): O Complexo de Édipo

Vai dos três aos cinco anos de vida e se caracteriza, segundo Freud, pela importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do falo ou pênis; nessa fase o prazer e o desprazer estão centrados na região genital. A criança luta pela intimidade que os pais compartilham entre si, assim os pais se tornam ameaça parcial à satisfação das necessidades. A criança quer e teme os pais. As dificuldades dessa fase estão ligadas ao direcionamento da pulsão sexual ou libidinosa ao genitor do sexo oposto e aos problemas resultantes. A resolução desse conflito está relacionada ao complexo de Édipo e à identificação com o genitor de mesmo sexo. O complexo de Édipo representa um importante passo na formação do superego e na socialização dos meninos, uma vez que o menino aprende a seguir os valores dos pais. Essa solução de compromisso permite que tanto o Ego (através da diminuição do medo) quanto o Id sejam parcialmente satisfeitos. O conflito vivenciado pelas meninas é parecido, porém, menos intenso. A menina deseja o próprio pai, em parte devido à inveja que sente por não ter um pênis – ela sente-se castrada e dá a culpa à própria mãe. Por outro lado, a mãe representa uma ameaça menos séria, uma vez que uma castração não é possível. Devido a essa situação diferente, a identificação da menina com a própria mãe é menos forte do que a do menino com seu pai e, por isso, as meninas teriam uma consciência menos desenvolvida. Destaco que Freud usou o termo “complexo de Édipo” para ambos os sexos; autores posteriores limitaram o uso da expressão aos meninos, reservando para as meninas o termo “complexo de Electra”.

IV – O período de latência (5 – puberdade)

Vai dos 5 anos até o início da puberdade (não tem como dar uma idade certa para esse fim). É uma fase mais tranquila que se estende até a puberdade. Nessa fase as fantasias e impulsos sexuais são reprimidos, tornando-se secundários, e o desenvolvimento cognitivo e a assimilação de valores e normas sociais se tornam a atividade principal da criança, continuando o desenvolvimento do ego e do superego. Os desejos sexuais não resolvidos e não são atendidos pelo ego serão cobrados posteriormente. É a fase de desenvolvimento de amizades e laços sociais.

V- A fase genital (puberdade)

É a última fase do desenvolvimento psicossocial e ocorre, não por acaso, durante a adolescência. Nessa fase as pulsões sexuais, depois da longa fase de latência e acompanhando as mudanças corporais, despertam-se novamente, mas desta vez se dirigem a uma pessoa, geralmente, do sexo oposto. Há um retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais. A escolha do parceiro não se dá independente dos processos de desenvolvimento anteriores (as fases anteriores influenciam em nossas escolhas até o final de nossa vida). Os conflitos internos típicos das fases anteriores atingem aqui uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta.

É importante e fundamental a compreensão das fases, pois as crianças desenvolvem a partir de estímulos e devemos ter a sensibilidade de lidar com elas.

Geralmente na educação infantil, surgem alguns questionamentos entre as crianças, principalmente a origem dos bebês. É necessário que seja respondido apenas o que é perguntado, nada de estender o assunto (não é necessário, mesmo!).

Livros:
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Esse é um assunto que contém paradigmas que a sociedade inibe para evitar “consequências” que acreditam que virão sofrer, porém como educadores sabemos o quanto é importante abordarmos esse assunto, mas devemos ter cautela, pois há um pré-conceito e assim pode ter famílias que não irão aceitar a colocação desse tema.

Espero que tenham gostado do post,

Beijinhos*

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