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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Os tipos de conhecimento

Olá pessoal!

Quando se pensa no processo de aprendizagem, logo você lembra de Piaget “o pai do construtivismo”. Em seus estudos buscou explorar o processo no qual as crianças aprendem e uma de suas contribuições referente a esse assunto foi sua teoria dos tipos de conhecimento. É muito importante para nós professores entendermos esse processo para compreender as maneiras que as crianças adquirem conhecimento. Antes de iniciar vamos ver quem foi Jean Piaget.

Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. Aos 10 anos publicou seu primeiro artigo científico, sobre um pardal albino. Desde cedo interessado em filosofia, religião e ciência, formou-se em biologia na universidade de Neuchâtel e, aos 23 anos, mudou-se para Zurique, onde começou a trabalhar com o estudo do raciocínio da criança sob a ótica da psicologia experimental. Em 1924, publicou o primeiro de mais de 50 livros, A Linguagem e o Pensamento na Criança. Antes do fim da década de 1930, já havia ocupado cargos importantes nas principais universidades suíças, além da diretoria do Instituto Jean-Jacques Rousseau, ao lado de seu mestre, Édouard Claparède (1873-1940). Foi também nesse período que acompanhou a infância dos três filhos, uma das grandes fontes do trabalho de observação do que chamou de "ajustamento progressivo do saber". Até o fim da vida, recebeu títulos honorários de algumas das principais universidades europeias e norte-americanas. Morreu em 1980 em Genebra, Suíça.

O sujeito estrutura e adquire conhecimento, a partir da ação sobre o objeto. Há três tipos de conhecimento: o conhecimento físico, o conhecimento lógico-matemático e o conhecimento social.

Conhecimento físico

O conhecimento físico é estruturado a partir da abstração empírica, ou seja, consiste em dissociar as propriedades do objeto, ver o objeto como um todo, no tamanho, cor, peso, espessura... A criança abstrai as propriedades desses objetos por intermédio de seus sentidos.
O conhecimento físico é estruturado de algumas ações como, apalpar, pegar, quebrar, dobrar, apertar, esticar, entre outros.

Conhecimento lógico-matemático

O conhecimento lógico-matemático é estruturado a partir da abstração reflexiva, que tem origem na coordenação das ações que a criança exerce sobre os objetos e assim chega à manipulação simbólica e ao raciocínio puramente dedutivo. Através da abstração reflexiva a criança cria e introduz relações entre os objetos. O conhecimento lógico-matemático tem três características principais.

1.       Não pode ser ensinado diretamente, a criança constrói a partir da relação com o objeto;
2.       Ele é unidirecional, ou seja, se constrói na direção de uma coerência;
3.       Uma vez conhecido o conhecimento lógico-matemático jamais será esquecido.

Conhecimento social

A criança só adquire o conhecimento social com relação com as pessoas. Se caracteriza por ser imposto e por fundamentar-se no consenso social.  O conhecimento social consiste em um conjunto de ideias que permitem aos indivíduos o conhecimento de si mesmo e dos outros, ou seja, são conhecimentos que foram estabelecidos por um determinado grupo, cultura, família entre outros, como normas, leis, costumes. E são passados de geração em geração.


Para que a criança tenha uma aprendizagem significativa é necessário que desenvolva os três tipos de conhecimento, onde o professor deve propor atividades para que sejam estimulados e assim obtenham o conhecimento, pois só acontecerá se tiverem interação com os objetos, pessoas e o meio.

Beijinhos*

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

As competências de acordo com Philippe Perrenoud

Olá pessoal!
Vamos refletir sobre a seguinte questão: Será que temos competência para ensinar? Philippe Perrenoud escreveu o livro “10 novas competências para ensinar”, com o objetivo de como nos tornarmos um professor com a prática educativa de qualidade e significativa para o aluno, a profissionalização docente contínua, um trabalho em equipe participativo, projetos significativos, desenvolver autonomia e responsabilidades crescentes e uma pedagogia diferenciada. A partir desses temas, vamos entender melhor as ideias de Perrenoud e como essas ideias são importantes para nossa formação.

Quem é Philippe Perrenoud?

Philippe Perrenoud é um sociólogo e antropólogo, tem 59 anos, atua nas áreas relacionadas à currículo, práticas pedagógicas e instituições de formação nas faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra. Não é pedagogo por formação.



As competências citadas no livro são:

Organizar e dirigir situações de aprendizagem

  • O professor precisa conhecer os conteúdos a serem ensinados;
  • Trabalhar a partir das representações dos alunos;
  • Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem;
  • Construir e planejar dispositivos e sequências didáticas;
  • Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento.


Administrar a progressão das aprendizagens

  • Conceber e administrar situações-problemas ajustadas ao nível e às possibilidades dos alunos;
  • Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino;
  • Estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem;
  • Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa;
  • Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão.


Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação

  • Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma;
  • Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto;
  • Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de grandes dificuldades;
  • Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo
  • Uma dupla construção.


Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho

  • Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver na criança a capacidade de auto avaliação;
  • Instituir um conselho de alunos e negociar com eles diversos tipos de regras e de contratos;
  • Oferecer atividades opcionais de formação;
  • Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno.


Trabalhar em equipe

  • Elaborar um projeto em equipe, representações comuns;
  • Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões;
  • Formar e renovar uma equipe pedagógica;
  • Enfrentar e analisar em conjunto situações complexas, práticas e problemas profissionais;
  • Administrar crises ou conflitos interpessoais.


Participar da administração da escola

  • Elaborar, negociar um projeto da instituição;
  • Administrar os recursos da escola;
  • Coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros;
  • Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos;
  • Competências para trabalhar em ciclos de aprendizagem.


Informar e envolver os pais

  • Dirigir reuniões de informação e de debate;
  • Fazer entrevistas;
  • Envolver os pais na construção dos saberes.


Utilizar novas tecnologias

  • Utilizar editores de texto;
  • Explorar as potencialidades didáticas dos programas em relação aos objetivos do ensino;
  • Comunicar-se à distância por meio da telemática;
  • Utilizar as ferramentas multimídia no ensino;
  • Competências fundamentadas em uma cultura tecnológica.


Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão

  • Prevenir a violência na escola e fora dela;
  • Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e sociais;
  • Participar da criação de regras de vida comum referentes à disciplina na escola, às sanções e à apreciação da conduta;
  • Analisar a relação pedagógica, a autoridade e a comunicação em aula;
  • Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o sentimento de justiça
  • Dilemas e competências.


Administrar sua própria formação continua

  • Saber explicitar as próprias práticas;
  • Estabelecer seu próprio balanço de competências e seu programa pessoal de formação continua;
  • Negociar um projeto de formação comum com os colegas (equipe, escola, rede);
  • Envolver-se em tarefas em escala de uma ordem de ensino ou do sistema educativo;
  • Acolher a formação dos colegas e participar dela.



Perrenoud acredita que o sucesso e o fracasso escolar não são dependências únicas do ambiente escolar. Na sua visão, o aprendizado deve ter como objetivo preparar os alunos para uma aprendizagem significativa e contínua, tornando capaz de lidar com questões dentro e fora da escola, tornando assim qualquer ambiente pedagógico, independentemente de quaisquer situações.

Essas competências visam práticas inovadoras, tem por objetivo orientar as formações iniciais e contínuas, contribuir para a luta contra o fracasso escolar e desenvolver cidadania com uma prática de pesquisa reflexiva.

Beijinho*